terça-feira, 15 de outubro de 2013

MIELODISPLASIA, CAUSAS, SINTOMAS, DIAGNÓSTICOS, TRATAMENTO E EVOLUÇÃO.

O que é mielodisplasia?
A medula óssea produz os três tipos de células sanguíneas: os glóbulos brancos, os glóbulos vermelhos e as plaquetas. Inicialmente produz células imaturas (os blastos) que posteriormente evoluem para as células normais. Chama-se mielodisplasia ao transtorno desse ritmo, com uma produção deficiente de células normais e uma maior persistência de células imaturas que não chegam à maturidade e são destruídas precocemente. A mielodisplasia não é uma doença, mas uma síndrome caracterizada por um conjunto de sinais e sintomasespecíficos. Pode ser originária da própria medula óssea ou ser secundária a uma doença autoimune ou ao câncer. Habitualmente, trata-se de uma condição progressiva, mais comum em homens que em mulheres e em idosos mais que em jovens, embora possa surgir também em crianças. Mielodisplasia refere-se, pois, a um grupo de doenças hematopoiéticas (de formação do sangue) clonais (mesmo patrimônio genético) da medula óssea, em que com frequência observa-se hematopoiese (formação do sangue) deficiente. As três linhas celulares da medula óssea (série branca, série vermelha e série plaquetária) estão diminuídas, com tendências ainfecções e sangramentos. Há um alto risco dessa condição se transformar em leucemia mieloide aguda.
Quais são as causas da mielodisplasia?
Na maior parte das vezes não é possível identificar uma causa antecedente externa. O uso de drogas que danificam o DNA, usadas para tratar diversos tipos de câncer, aumenta o risco para a mielodisplasia. Há certa predominância da condição em pacientes que tenham sido expostos à quimio ou radioterapia e naqueles expostos a hidrocarbonos (como trabalhadores em indústrias de petróleo, por exemplo).
Quais são os principais sinais e sintomas da mielodisplasia?
A mielodisplasia habitualmente cursa com baixa contagem de leucócitos, plaquetas e hemácias (anemia) e, por outro lado, com dismorfias celulares, grânulos anormais, núcleo anormal em tamanho e forma, anormalidades cromossômicas e número anormal de cromossomos. A gravidade dessa condição varia desde leve a muito grave e a condição pode se tornar crônica ou apresentar sintomas mais exacerbados. A forma leve da mielodisplasia permite ao paciente uma vida relativamente normal, embora sua contagem globular seja sempre baixa, constituindo o que se usa denominar de “anemia refratária”.
Os principais sintomas de um quadro mais intenso são: cansaço e dores no peito (devido à baixa dehemácias); maior suscetibilidade às infecções (devido à baixa de glóbulos brancos) e tendência a sangramentos (devido à baixa de plaquetas). A maioria das mortes ocasionadas por essa condição ocorre por sangramentos e infecções. Se a anemia for moderada ou grave, o paciente pode apresentar quadro de fadigaexagerada, falta de fôlego durante esforço (como subir escadas), palidez ou fraqueza.
Como o médico diagnostica a mielodisplasia?
A diminuição geral das células sanguíneas é o aspecto mais característico da mielodisplasia, no entanto, várias condições mórbidas podem mimetizar a mielodisplasia. Uma pancitopenia (diminuição das células), por exemplo, pode ser causada por uma simples deficiência de vitamina B12 ou ácido fólico. Na sua forma crônica a mielodisplasia pode ser diagnosticada a partir da descoberta de uma anemia durante uma avaliação médica rotineira. Nos outros casos, o diagnóstico é feito por meio da contagem de células sanguíneas e do exame da morfologia dessas células, vistas ao microscópio, complementado por um exame das células da medula(mielograma). O diagnóstico diferencial pode ser difícil. Devem ser descartadas, entre outras: as anemias megaloblásticas, os efeitos de quimioterápicos, a leucemia mieloblástica, a AIDS, as anemias congênitas, asinfecções virais, a mielofibrose idiopática, a leucemia, a exposição ao arsênico. O hemograma geralmente mostrará uma anemia macrocítica (células aumentadas de tamanho), neutrófilos hipersegmentados,trombocitopenia (diminuição das plaquetas) e alguns blastos circulantes. No sangue também se encontrará: macrocitose (células aumentadas de tamanho) inexplicada, monocitose, anemia ou pancitopenia (diminuição geral de células). O mielograma geralmente será hipercelular, mas também pode ser hipocelular, e a displasiaafeta as séries branca, vermelha e plaquetária.
Como o médico trata a mielodisplasia?
Se os pacientes estão na fase crônica e estável, geralmente não são tratados, apenas monitorados. Da mesma forma, uma doença de mediana gravidade, mas estável, deve ser apenas mantida sob observação. Se houver uma diminuição intensa na contagem das células sanguíneas, pode-se utilizar drogas para estimular a produção destas células. Em casos extremos, uma transfusão de sangue pode ser aconselhável. O paciente deve estar permanentemente atento a infecções ou a febres inexplicáveis. Caso haja infecções bacterianas ou virais, os antibióticos ou antivirais podem ser administrados. Dependendo da idade, das condições médicas do paciente, da gravidade e do ritmo de progressão da doença pode ser aconselhável umaquimioterapia. Em pacientes com menos de 50 anos de idade e com uma forma grave da síndrome, pode ser considerada a radioterapia, associada à quimioterapia.
Como evolui a mielodisplasia?
Pacientes com anemia leve ou moderada ou diminuição ligeira das hemácias podem não exigir tratamento. Contudo, o médico deve monitorar periodicamente as células sanguíneas. Não é incomum que a situação mórbida dos pacientes não se altere durante anos ou décadas, mas como há o risco de evolução para um distúrbio mais grave (leucemia mieloide aguda), visitas periódicas ao médico e coleta de exames são fundamentais para garantir uma boa qualidade de vida ao paciente.
DISPONIVEL EM: http://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/371194/conheca+a+mielodisplasia+suas+causas+sintomas+diagnostico+tratamento+e+evolucao.htm ACESSADO EM: 15-10-2013.

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